Algum lugar da Itália, 1612.
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Nem pergaminho, nem papel recém feito. Ali, no lugar que lhe disseram ser o palácio do provedor da câmara, o cheiro era de umidade misturado com a sensação de que aquelas paredes de pedra carregavam, além de seu próprio peso, o objetivo claro de intimidar. Alguma coisa instintiva em seus ossos o incomodou e, sem dúvida, não era o que os homens que estavam prestes a entrar naquela sala poderiam supor.
Todo o lento e planejado caminho que fizera, apenas para que um livro pudesse ser aberto por uma pessoa. Obviamente não qualquer livro, mas o seu livro, o seu Grimoire. Livros ainda eram novidade em muitos lugares e não acessíveis para todos. Para alguns aquela tecnologia parecia mais um truque, uma feitiçaria, mas a Humanidade ainda não tinha percebido o que tudo aquilo significava e o que implicava. Ela simplesmente não sabia o que nascera há muitos séculos e, agora, se amplificava de forma inimaginável.
Era por isso que era tão importante encontrar a pessoa certa, se ela de fato existisse e ele sentia essa crença dentro de si, assim como era capaz de sentir a umidade da sala.
Seus olhos recaíram sobre a pouca mobília do lugar. A mesa de sólida madeira, talhada através da habilidade das mãos humanas, parecia esperar como ele. As cadeiras eram meras coadjuvantes. O pesado lustre no teto era uma testemunha silenciosa e as janelas faziam seu papel de trazer esperança junto com a luz que permitia que passasse por ela.
Num segundo a pesada porta que antes o trouxera até ali abriu-se para deixar passar três indivíduos totalmente singulares. Um jovem de olhar cabisbaixo cujo corpo dava todos os sinais de profunda timidez, um vigário cuja pele competia com uma passa pelo termo “sequidão”, e um homem que emanava um título de autoridade por seus trajes caros, embora acreditasse que aqueles que vestia eram bem melhores.
O jovem era o escrivão que registraria aquele interrogatório. Sim, era um interrogatório e o motivo daquilo estar acontecendo agora era colocado sobre a mesa, embrulhado num tecido grosso, como se algo infecto e misterioso tivesse de ser ocultado dos olhos comuns. Eles tinham tanto medo das coisas desconhecidas, das coisas que podiam trazer mais poder, mais liberdade. Definitivamente não estavam prontos para o que estava embrulhado ali com tanto cuidado, mas talvez, apenas talvez, aquele garoto que nem desconfiava que era todo o motivo dele estar naquela sala, estivesse pronto para aquilo.
Acompanhou os gestos calculados com que ajeitava os papéis, depois deslizou o olhar pela pena enquanto via a tinta seguindo cuidadosamente para a folha. A voz pouco melodiosa do rapaz finalmente soou:
— Que fique registrado que no dia 3 de outubro do Ano do Senhor de 1612, no Palácio do ilustre senhor provedor da câmara, na câmara de audiência diante do mesmo, o senhor provedor Giovanni Baduário, acompanhado de sua excelência o senhor vigário e, estando sob a lei de juramento, a testemunha será interrogada. — Parou um segundo esperando por uma possível orientação e o provedor o incentivou com um gesto para que continuasse. — Nos diga seu nome.
— Poliphilo.
— Nome completo.
— Apenas Poliphilo. — O timbre de sua voz mudou suavemente, mas foi o suficiente para o jovem não insistir mais.
— Sua profissão?
— Eu... crio livros.
— O senhor faz livros? — Tentou corrigi-lo.
— Eu crio livros — reafirmou.
— O senhor faz livros como este? – O vigário pegou o volume sobre a mesa e o desembrulhou, revelando um exemplar de impressionante beleza e apuro técnico, comparado ao que eles estavam acostumados a ver. A capa com seus detalhes e incrustações parecia emanar uma aura impressionante e hipnótica. Por uma fração de segundos os olhos de Poliphilo deixaram escapar um brilho dourado que deslizou por suas pupilas de um lado a outro, como se estivesse silenciosamente cumprimentando um antigo amigo e desculpando-se por deixa-lo tanto tempo na mão de estranhos.
— Exato — disse por fim.
— Ouvimos alegações de que isto seria um livro de magia. Este livro é completamente estranho e suas páginas estão todas em branco – disse o vigário, tendo o cuidado de manter o livro parcialmente coberto, provavelmente por medo de tocá-lo diretamente. — Esse tipo de papel, do que é feito? O senhor chegou a esta região para vender ou fabricar tais livros?
— Consegue ver algo escrito nele? Não lhe parece um livro inofensivo? — comentou. — Alguém aqui já o abriu?
— Responda as perguntas, por favor — o vigário insistiu de forma seca.
— É apenas um livro em branco, mas é claro que para testar a veracidade de minhas palavras, terão de abri-lo. Alguém vê algo nele? O senhor provedor? Talvez o rapaz? — Fez um gesto com as mãos incentivando para que o livro fosse folheado.
O religioso não conseguiu esconder uma leve careta ao abrir um pouco o volume bem devagar. Não, é claro que o pároco não via nada de incomum no exemplar. Isso ele já suspeitava. Tampouco o provedor que se empinou da cadeira para olhar e deu de ombros. O jovem escrivão olhou de esguelha e botou mais atenção quando o mesmo foi exibido para ele. Observou por longos segundos as páginas e até arriscou a mover algumas, timidamente, sempre sob a supervisão do vigário. Nesse momento Poliphilo até esticou um pouco o pescoço para captar a reação do jovem, mas nada aconteceu.
Não. Ele não é um Gnóstis.
Soltou um suspiro e isso chamou a atenção do grupo. Levantou-se da cadeira.
— Você... — o vigário ia dizer algo, mas Poliphilo estalou os dedos e antes que o vigário pudesse continuar, o Grimoire desapareceu deixando o grupo perplexo.
O provedor deu um grito abafado e quase impulsionou-se para atrás com cadeira e tudo.
— Santo Deus! - O vigário fez um rápido sinal da cruz enquanto o escrivão encolheu-se mudo na cadeira.
— Hora de ir — disse e os fitou com os olhos que agora emanavam sua íris completamente dourada.
— Mas o que é você? – o vigário procurava algum lugar para se proteger do que lhe parecia ser um ser sobrenatural, muito provavelmente vindo de algum nefasto e obscuro canto infernal.
Poliphilo o observou por alguns segundos e finalmente sorriu como se já estivesse se recuperando de sua decepção.
— Meu sangue é tinta e minha memória pertence a todos. Fui forjado no coração da Humanidade. Meu corpo é de papel — disse e com um gesto, curvou-se numa despedida cortês —, mas eu nunca estive aqui. — Estalou os dedos e a tinta nas páginas do registro se apagou enquanto ele mesmo desaparecia deixando um grupo de pessoas que não sabia mais porque estavam reunidos.
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Dias atuais.
Giovanna olhava fixamente pela janela. Uma chuva insistente caía naquela manhã. Ela aquecia as mãos numa caneca de chocolate quente enquanto, vez ou outra, voltava-se para suas encomendas sobre o balcão da oficina, esperando para serem despachadas, e depois olhava de novo para a cortina d’água que se apresentava lá fora.
Seu olhar recaiu sobre a horta vista através das grandes vidraças da oficina de restauro que, um dia, tinham pertencido ao avô, o velho artesão Loredano, e agora era seu espaço de trabalho. A irmã herdara a horta e o pequeno pomar, ela herdara a profissão do avô.
— Pelo menos Nina não precisa regar a horta. — Sorriu um pouco, deixou a caneca de lado e virou-se para colocar os pacotes na mochila e fechá-la com cuidado.
Com um passo acelerado atravessou o saguão da velha propriedade até a porta de entrada, tirou a capa de chuva do velho cabideiro e a vestiu. Estrategicamente deixava a mochila nas costas e isso produzia o efeito de uma moça corcunda toda de amarelo bem visível numa bicicleta circulando pelas ruas do bairro. Era divertido imaginar a impressão que causava nos pedestres nos dias de aguaceiro.
Mesmo dali, enquanto fechava os botões da capa, podia sentir o cheiro vindo da cozinha. Nina deveria estar aprontando algo bom, afinal hoje era sábado e ela se dedicava a cozinhar e, claro, Gio era sua cobaia. Felizmente com o passar dos anos os acidentes gastronômicos foram poucos e agora havia uma completa harmonia: ambas tinham um pacto de não se matar com suas respectivas receitas.
— Saindo! — gritou ao abrir a porta e antes de fechá-la ouviu a resposta como um eco.
— Cuidado com a chuva!
Tirou a bicicleta do seu repouso seguro enquanto sentia o tamborilar das gotas que ecoavam de forma insistente sobre o plástico da capa. Abriu o portão e seguiu em frente, pedalando com certa lentidão pela velha rua sem saída de paralelepípedos. Pelo visto hoje não haveria muitos espectadores para ver seu desfile. A chuva estava um pouco mais forte que de costume e todos se refugiavam dentro de suas casas.
Ela precisava ser rápida, afinal havia outras tarefas a serem feitas naquele dia. Só tinha os fins de semana para trabalhar em suas encadernações e encomendas, o resto do tempo era tomado pelo emprego na biblioteca. Enquanto pedalava, sua mente fazia listas mentais das tarefas a cumprir. Ainda havia tantas coisas a arrumar. Desde a morte do avô há pouco mais de um ano que as duas irmãs continuavam a reorganizar o imóvel, afinal aquela não era qualquer casa; era a casa de um artesão e todos os objetos ali tinham muitas memórias para ambas. Escolher o que ficar e o que deixar partir era uma tarefa cuidadosa. Nina decidia quase tudo sobre os cômodos da casa com sua praticidade espartana, mas alguns territórios eram de Gio. O estúdio de restauro e o quarto dos avós ainda tinham caixas a serem organizadas e vasculhadas, isso sem falar na imensa biblioteca que fora construída com o passar dos anos e agora era quase um mostruário do trabalho do artesão. Dezenas de exemplares com encadernações únicas repousavam nas prateleiras e tinham de disputar espaço com os títulos favoritos de ambas, mais modernos e displicentes. Muitas caixas com objetos de trabalho guardados dentro de armários, gavetas e espalhados entre prateleiras precisavam ser reorganizados.
A chuva suavizou e Gio apertou o ritmo para poder voltar logo para casa, afinal tudo aquilo não se arrumaria sozinho.
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Quando retornou havia uma refeição ainda quente esperando para ser consumida na cozinha. Nina deixara um bilhete avisando que tinha um compromisso na casa de uma colega do laboratório onde trabalhava. Ela realmente havia mencionado algo como uma reunião de lazer, dias antes. A chuva havia cedido e o céu se revelava parcialmente luminoso, mas ainda carregado no horizonte. Uma trégua, com certeza. Subiu para trocar as roupas e voltou à cozinha para sua rápida refeição.
Lamentou as horas passarem tão depressa enquanto devorava a comida saborosa e lavou a louça enquanto já lançava os olhos sobre o armário da limpeza. Podia-se imaginar que Gio era louca por faxinas, mas o que a movia era mais uma mistura de ansiedade por reorganizar todo o material do avô, abrir aquelas caixas fechadas há anos e descobrir muitos outros materiais extras. Não era apenas um gesto de deitar coisas fora, mas antes era um gesto de reencontrar coisas engavetadas e vários cadernos com informações minuciosas de trabalho. O avô tinha sido um artesão de livros com uma tradição antiga de família e ela ficava impressionada ao ver tudo que ele já havia feito.
Ela havia estudado restauração, claro, mas o conhecimento que o avô trouxera de sua terra natal vinha da tradição de fazer coisas manuais belas e únicas. Ia além de apenas encadernar, mas dar a um livro ou a uma encadernação qualquer um toque particular e inesquecível. Para o avô cada livro encadernado era individual, como uma pessoa.
Num mundo de tecnologia não faltava quem dissesse que livros tinham dias contados e bibliotecas logo seriam extintas, mas Gio acreditava na força das palavras de Loredano que uma vez lhe dissera, “Livros sempre irão existir. Livros são como faróis. Quando você os tem nas mãos, eles te iluminam. Um livro é uma experiência sensorial única.”
Mesmo no final, Loredano fazia aquilo com grande amor. Nesse tempo ela já fazia suas próprias encadernações. Quando ele finalmente se foi, Gio expressou seu luto sentada na oficina, observando os objetos e trabalhos do avô: até o fim ainda havia livros por fazer.
Silenciosamente os terminou e os enviou aos clientes. Eles nunca souberam que outra pessoa os finalizara. Ela conseguira reproduzir a técnica do avô à perfeição.
Agora ela era a artesã naquela oficina.
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Seus olhos percorreram as pequenas caixas de madeira com divisórias que continham objetos únicos, cantoneiras, peças de metal para estamparia sobre couro em estilos góticos, Aldino, Grolier, Dentelle e muitos outros. Eram tantos deles e muitos já estavam devidamente separados e catalogados. Ela sorria enquanto reorganizava as belas peças tipográficas e tentava dar uma ordem própria de uso, sua ordem. Cada encadernador tinha seus favoritos.
Havia também os livros com anotações, estudos e os próprios desenhos do avô para design de capas. Ela também aprendera a fazer isso e agora lutava por criar seu próprio estilo.
Era um processo longo. O que para alguns poderia ser uma tarefa simples, para ela era um trabalho minucioso que exigia muita paciência e organização.
Nem percebera que as horas estavam passando e a noite não demorou a tomar o lugar da tarde. Finalmente acendeu uma luminária da mesa para organizar os materiais que estavam sobre ela, mas não demorou a ser uma luz frágil diante de toda escuridão que vagarosamente engolfou a oficina. As vidraças deixaram entrar uma suave iluminação noturna que languidamente se deitava sobre os móveis. A chuva voltou suave e constante, tocando os vidros com mínimas gotas que deslizavam ondulando até o chão. Um som quase hipnótico se instalou e Gio continuo mecanicamente a separar registros e empilhar as caixas com peças. Parecia ter separado quase tudo quando parou por um instante para ver o fruto de seu trabalho. Uma pequena felicidade se instalou em seu coração e a fez sorrir.
Quase pronto, vovô.
Um baque seco.
Gio estava tão concentrada que o som a fez ter um leve sobressalto. Olhou para a janela, mas o som não viera dali. Buscou a origem do som ao redor através da penumbra. Talvez algo sobre a bancada de trabalho no centro da oficina? Uma caixa havia caído? Todas permaneciam obedientes nos lugares onde haviam sido dispostas. Caminhou num passo lento até ela e vislumbrou um espaço vazio sobre a mesa onde não havia separado nada. Bem, até o momento estivera vazio.
Solitário e rodeado pelas pilhas de caixas havia algo. Um vulto cujo volume lembrava um livro de couro um tanto desgastado e de aparência pesada parecia estar ali.
Os olhos de Gio piscaram algumas vezes. Tirou os óculos e os limpou na blusa. Quando os recolocou ainda estava lá, muito mais nítido do que antes. O solitário livro entre as caixas. Ela parou e agora podia sentir sua própria respiração se alterar um pouco. Aquilo parecia um tanto assustador, mas tinha quase certeza de que o livro, de alguma forma, seguia o ritmo de sua respiração, como se ele mesmo estivesse a fazer isso.
Era mínimo, quase imperceptível. O livro parecia fazer um leve movimento sobre o couro que o revestia, como um animal que espreita de forma silenciosa alguém que o observa. Estranho, mas completamente fascinante.
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Bona hic invenies...
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Gio teve um leve sobressalto. Aquela frase veio à sua mente como se alguém a tivesse dito, mas não ouvira uma voz externa. Conhecia bem aquela frase, mas não fora um pensamento seu. Apenas surgira dentro de sua mente, suave, impessoal e antiga.
Uma sensação de fascinação a tomou por alguns segundos. Não era realmente medo o que sentia. Algo como uma leve descarga elétrica percorreu seu corpo e ela sentiu suas mãos perderem levemente a força. Seus olhos continuavam fitos no livro e agora podia ver os detalhes daquele corpo misterioso sobre a bancada.
Havia detalhes, marcações, símbolos desgastados e suas cantoneiras eram feitas de algum metal envelhecido. Algo estranho acontecia com aquele livro pois parecia decrépito, mas incrivelmente novo ao mesmo tempo, como se houvesse sido feito a pouco, e principalmente, feito para ela.
A mão se ergueu hesitante e pensou em tocar levemente o objeto. Definitivamente estava ali para ela. Uma sensação de reconhecimento soou em sua mente, mas não conseguia atinar exatamente como. Só sabia que talvez devesse tocar o livro. Fechou os olhos por alguns segundos para tentar puxar pela memória.
O que é esta lembrança? O que é isso?
Seus olhos se abriram e, num impulso para tocar o objeto, sua mão deslizou pelo ar de encontro a ele.
— Não toque — a ordem soou por trás dela com a força de um projétil atingindo um cristal.
Gio sentiu um calafrio como se algo a tivesse despertado de um estranho sonho. Parecia perder o equilíbrio, mas ainda continuava de pé, firme. Um raio ecoou inesperadamente, cortando a chuva tranquilizante e ela virou-se para localizar o dono da voz.
O corpo simplesmente não reagia enquanto observava o jovem homem diante de si com seus trajes e expressão totalmente desconhecidos. Seus olhos, lábios, tudo emanavam grande confiança. Um inesperado reflexo dourado cruzou aqueles olhos de um tom castanho escuro, como um reflexo do ouro sobre a capa de um livro antigo. Parecia seguro diante dela que, por sua vez, não tinha a mínima noção de quem ou o que estava realmente vendo. Demorou alguns segundos para perceber que a luminária havia apagado e, naquele momento, a única fonte de luz era externa. Mesmo na penumbra a impressionou poder enxerga-lo com tanta clareza. A sensação ficou mais intensa ao vê-lo se mover.
Um gesto muito suave de sua mão produziu um floreio leve no ar e ela sentiu algo como uma lufada de vento à suas costas. Seu rosto voltou-se para descobrir que o misterioso livro desaparecera. Sua respiração parecia ser o som mais alto no recinto agora.
— Achei você. — A voz novamente a atingiu como um chamado e ela voltou-se mais depressa.
Ele desaparecera.
Como se tivesse resgatado todos os sentidos de seu corpo, Gio caiu dentro de si como quem cai de pé depois da queda de um precipício. Sua audição parecia hiperexcitada e a chuva, antes suave, soava altíssima como se um aguaceiro pesado caísse lá fora. A luminária estava acesa novamente e sua respiração soava alta e irregular.
Cambaleou para atrás, esbarrou na bancada e lançou um último olhar ao espaço vazio onde antes estivera o misterioso livro para sair num passo acelerado e subir as escadas praticamente correndo para seu quarto.
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